sábado, 13 de fevereiro de 2016

Como Escrever - Parte 2

<<< LER A PARTE 1

Minha querida leitora/blogueira parceira Maisa Evelyn, do site "No Meu Mundo", convidou-me a elaborar um artigo sobre meu amor por livros. Admito que procrastinei por diversos motivos, e não ficarei me desculpando aqui. Sempre há a tendência de vir alguma desculpa esfarrapada (risos), então o que importa é que decidi selecionar esse tema para a segunda parte desse especial.

Não concordo, necessariamente, com a ideia tida como verdade absoluta de que "todo autor é um leitor". Por isso, retomando o que já expliquei na Parte 1, não pretendo assumir uma persona de autor famoso "fodástico" e elaborar um guia cheio de "leis" de sucesso. Pelo contrário, a intenção é compartilhar minha experiência com a escrita para que você me conheça melhor e, caso se identifique e/ou se interesse pelos assuntos abordados, passe a refletir sobre eles e colocar as técnicas em prática.


Já relatei que não obtive sucesso na escrita até conseguir entender o que escrever significava para mim, mas nunca deixei de ser um leitor voraz e observador dos estilos e peculiaridades de meus autores favoritos. Inicialmente, é óbvio que essa análise da escrita alheia era algo bastante inconsciente. O conteúdo era mais atrativo e importante para o Vitor de sete anos; continua sendo, claro, mas há tantas ferramentas que podem incrementar um conteúdo, que seria desperdício não as usar. Justamente por tanto ler, acabei internalizando vários desses estilos e, tão logo comecei a escrever minhas próprias histórias, reproduzi características de meus ídolos: escolhas de sintagmas, estruturação frásica e de períodos, expressões etc.

Dessa forma, posso avançar afirmando que a leitura não é "essencial" apenas para escritores e pessoas que se dizem "leitores viciados" - é uma prática complexa. Obrigatória, na atualidade, porém não compreendida e não realizada por muitos. Ao menos, não da forma que deveria. Afinal, o que é a leitura? Seria apenas a habilidade de decifrar sinais gráficos e saber o que significam as palavras que eles formam?

A leitura vai muito além disso. Ela envolve o conhecimento, pois estimula a reflexão e produção de informação; desenvolve: eleva o indivíduo à categoria de "pensador"; promove análise: aguça os sentidos e lapida a interpretação. E nesse quesito, meu amor é realmente presente de corpo e alma. Como tenho formação em Tradução e Interpretação, o que julgo mais importante é o "saber ler". Não proferir as palavras que os olhos veem ou ouvir as que alguém diz, mas compreender a mensagem. Olhar uma imagem e entendê-la - lê-la. Entender as sutilezas, o porquê do jogo de palavras, da ordem das mesmas, da sonoridade. Captar o dito pelo não dito, o que está nas entrelinhas. 

Meu real fascínio por livros começou aí, a partir do estudo do texto, da língua - e das línguas -, das literaturas. O que eu leio? Sou fascinado por didáticos, paradidáticos, HQs, mangás, revistas, editoriais e colunas de blogs e sites. Tudo para fugir do lugar-comum que é a ficção - gênero no qual me insiro como escritor -, mas também para ilustrar como é importante expandir o campo de leitura. Isso faz com que o leitor tenha contato com diferentes tipologias textuais e entenda como se dá cada gênero de texto com suas particularidades, e como esse conhecimento contribui na hora de expressar-se verbalmente. Sem mencionar o conhecimento de mundo que essas informações agregam.


Preciso fosse eu citar algumas de minhas inspirações e mestres responsáveis por obras fantásticas, seriam: C.S. Lewis - pela simplicidade com que trata assuntos tão profundos, passando pela moral e tocando no Cristianismo, indo de obras de ficção à não-ficção; J.K. Rowling - pela criatividade e genialidade de uma das séries mais ricas de todos os tempos; R.L. Stine - um dos autores em quem mais me espelho. Não apenas é um mestre do gênero suspense/terror, como o escreve para todas as idades, e sua produtividade na escrita é assombrosa; Clarice Lispector - a carga emocional injetada em cada obra é tão gigante que, uma vez iniciado em seus trabalhos, nunca mais fui capaz de ler qualquer coisa da mesma maneira.

Sou assumidamente apaixonado por livros e, apesar das vantagens interativas e até mesmo ecológicas e de armazenamento, não troco o livro impresso pelo digital. Há uma magia na cinestesia de segurar um conjunto de papéis impressos e encadernados, cheirá-los, folheá-los, abrir, fechar. Isso dito, o que importa não é se você lê através de um tablet ou um material impresso. Apenas... leia!

LER A PARTE 3 >>>

Nenhum comentário:

Postar um comentário